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A mostrar mensagens com a etiqueta História da alimentação

A REFEIÇÃO NAS COMUNIDADES MONÁSTICAS DO SÉC. XVII - PARTE I

     É um tema relativamente bem estudado, mas com muitos atalhos e caminhos interrompidos. Nesta viagem aos anos de 1600 até 1699 procuro perguntas e respostas sobre os hábitos alimentares das comunidades monásticas europeias, com enfoque particular nas portuguesas. É uma escavação que tem tanto de atraente como de complexa.      As comunidades monásticas viviam para orar e trabalhar. Qualquer mosteiro que pertencesse a esta ordem seria obrigado a seguir um conjunto de diretrizes descritas na constituição da regra de São Bento. Escrita no séc.VI e profusamente seguida e aplicada nas comunidades monásticas europeias, principalmente pós séc. X, tornou-se a maior ordem monástica do mundo.      O clero, não obstante, o conforto que já gozava para a época, possuíam uma importante função/missão social como, por exemplo, alimentar os pobres e doentes. Está bem explícito na constituição o dispenseiro terá cuidado de preparar cada dia panella de caldo pera os pobres, o que nunqua faltará emqua

COZINHAS COM HISTÓRIA - PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA

-Esta é a cozinha de um dos edifícios mais importantes da História de Portugal. -A dieta quinhentista. -Os rituais da refeição do Rei. Estes são alguns dos temas tratados neste publicação. Tempo estimado de leitura: 8 min  O Paço Ducal começou a ser construído no ano de 1501 pelo quarto Duque de Bragança. Desde então foi sofrendo variadas obras de remodelação.  No séc.XVII, com a ascensão da Casa de Bragança ao trono, em 1640, este Paço torna-se residência permanente da família Real.  A partir do ano de 1910, com a implementação da República, o Paço é encerrado, reabrindo por vontade expressa de D.Manuel II ao público, 30 anos depois. No séc. XVII saiu desta cozinha, por exemplo, o banquete de casamento  de D.João IV com D.Luísa de Gusmão, que António de Oliveira de Cadornega nos descreve na sua obra "Descrição de Vila Viçosa". A dieta "Nobre" era composta essencialmente por carne , muita carne, pouco peixe e poucos legumes. Em 1524, n

A DOÇARIA CONVENTUAL DO SÉC.XV AO SÉC.XIX

- O que é a doçaria conventual e a popular? - Qual a importância do açúcar.  -A galinha ou o sangue animal como sobremesa?  -O doce como estatuto.  -Os hábitos das comunidades religiosas em Portugal. Estes são alguns dos temas abordados No fim está um vídeo que explica de uma forma geral as rotinas dentro destas comunidades. Castanhas de Ovos Fonte: espigadourada Segundo Virgílio Nogueiro Gomes , uma das personalidades que muito admiro e que se dedica, entre muitas outras coisas, ao estudo da história da alimentação, esclarece que não devemos confundir a doçaria conventual da popular: A popular é a doçaria pobre, confecionada em ambiente doméstico. Emprega maior quantidade de farinha e o único requinte passa pela utilização da canela. Caracteriza-se principalmente pela simplicidade. A conventual tem origem nos conventos e mosteiros, de um receituário novo e mais rico. Esta usa muito açúcar, muitos ovos, pouca farinha e muita amêndoa.

HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO - O PORCO

                                                          O porco O porco é um animal cuja evolução conta já milhões de anos. Todos os porcos descendem de apenas três espécies de javalis: o sus scrofa scrofa , originário da Europa e do norte da África; o sus scrofa vittatus , originário da Indonésia, Japão e China; e o sus scrofa cristatus , originário da Índia. O javali tem sido louvado ao longo de milhares de anos pela sua inteligência e bravura: o quarto trabalho de Hércules foi o de capturar o javali Erimenciano; Ulisses, personagem central das mitologias grega e romana, passava o seu tempo a caçar porcos selvagens; a ferocidade destes animais é descrita em antigas sagas celtas e escandinavas. As provas mais antigas de que dispomos apontam para a domesticação do porco ( sus scrofa domesticus ) por volta do ano 9000 A.C., nos territórios da actual Grécia e Turquia. O porco só terá chegado à Europa central no ano 4000 A.C. Naturalmente, o animal sofreu várias alte

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