Sezelhe, 28 de abril de 2024 A memória é um lugar. Por apreço, admiração e com gratidão aceitei o convite do meu amigo Ângelo Paupério para constituir um pequeno grupo de pessoas, desde de que aprumadamente alinhadas procurassem distinguir a comida do alimento. Constituído o grupo, seguimos juntos para uma viagem de cerca de 150 quilómetros. Parámos no centro de Montalegre. O tradicional café, no tradicional estabelecimento, com o tradicional aroma a mofo. Sempre que vou para o interior é um prazer sentar-me nestes cafés e, como bom português costumeiro, ouço as conversas. Fala-se do que é importante: no gado, nas sementeiras e nas colheitas. Pensa-se no que é real. Está frio e nublado. O sol espreita tímido. Compram-se as últimas cebolas, antes do almoço. Dali a Sezelhe são mais uns minutos de carro que percorremos com a mesma lentidão dos nossos olhos deslumbrados por tamanha beleza destas paisagens transm...