Cortes do Meio, Covilhã Novembro, 2024 A padeira e o forno Um típico cão de loiça bem aperaltado e sossegado recebe-nos para uma chávena de café no estabelecimento da aldeia, o “Café do Terreiro” dois dedos de conversa depois com a Sra. Célia, descubro inusitadamente, um tipo de pão que desconhecia - a broa das cortes! O cão da boa tradição lusa Curiosamente só é produzida uma vez por semana. Por sorte estava no sítio certo, no dia certo. Na noite seguinte, ainda os galos dormiam, o relógio da capela marcava as três horas em ponto e já descíamos ladeira abaixo, guiados por uma pequena lanterna e pela esperança de encontrar a padeira da aldeia no seu labor. As ruas da madrugada A calçada irregular não permite distrações, ainda que por vezes se possa levantar o olhar e perceber que ainda há fumo em algumas chaminés. Um ou outro cão ladrando, desconfiados à nossa passagem. Não é uma pada...
Sezelhe, 28 de abril de 2024 A memória é um lugar. Por apreço, admiração e com gratidão aceitei o convite do meu amigo Ângelo Paupério para constituir um pequeno grupo de pessoas, desde de que aprumadamente alinhadas procurassem distinguir a comida do alimento. Constituído o grupo, seguimos juntos para uma viagem de cerca de 150 quilómetros. Parámos no centro de Montalegre. O tradicional café, no tradicional estabelecimento, com o tradicional aroma a mofo. Sempre que vou para o interior é um prazer sentar-me nestes cafés e, como bom português costumeiro, ouço as conversas. Fala-se do que é importante: no gado, nas sementeiras e nas colheitas. Pensa-se no que é real. Está frio e nublado. O sol espreita tímido. Compram-se as últimas cebolas, antes do almoço. Dali a Sezelhe são mais uns minutos de carro que percorremos com a mesma lentidão dos nossos olhos deslumbrados por tamanha beleza destas paisagens transm...