Madrid Fusion em bom nível, de painel muito rico e diversificado.
A importância do evento é inquestionável.
O fundador e presidente, José Carlos Capel, está de parabéns.
Crítico gastronómico,os artigos que escreve para o El País são sempre de leitura obrigatória. Joan Roca marca presença, como é habitual, apresentando aquilo que é a sua visão, fala com entusiasmo, humildade e, acima de tudo, sabedoria. A filosofia predomina, mas sabe bem.
Jordi Roca e Josep Roca juntam-se em palco, discursam numa só voz, unidos pelo sangue e pela arte.
| Da esquerda para a direita: Jordi Roca, Joan Roca |
Chele González (Gallery Vask, Filipinas) traz o seu trabalho, de valor. Como foi regra no evento, trouxe um vídeo onde se percebe um pouco da cultura onde se encontra inserido (confesso, fiquei com vontade em visitar).
| Chele González |
José Andrés, que nos contagiou com a sua energia em palco, deliciou o público com a “sua” música alternativa e também um pouco do que fez, faz e fará no seu Minibar.
| José Andrés |
Andoni Luiz Aduriz, vem e vence, entra sob o mote “A construção da mudança”. Um dos maiores criativos (para não dizer o maior) do mundo continua o seu próprio caminho.
| Andoni Luiz Aduriz |
A expectativa em torno de Susi Diaz era enorme e acabou por não desiludir. A mensagem principal que quis passar foi a que de uma simples iguaria se poderiam extrair inúmeras confecções. Mais uma vez, o brilhante brain storming espanhol a revelar-se assertivo e decisivo no movimento mundial.
| Susi Diaz |
Para os naturalistas como Javier Olleros (Culler de Pau, Espanha), seguir religiosamente as boas condutas da sustentabilidade é peremptório, utilizando/estudando todos os componentes das plantas.
| Javier Olleros durante a sua apresentação |
Como já é tradição, este ano foram novamente leiloadas duas belas trufas: uma de 700 gramas cujo vencedor pagou cerca de € 2 700 e outra de 500 gramas que Susi Diaz adquiriu por € 1 700.
| Trufa de 700 gramas e trufa de 500 gramas |
No início da tarde já do terceiro dia, o destaque vai para Ángel León, um estudioso carismático, elogiado por todos os congressistas. Mostrou que o uso de peixes menos nobres não significa menos qualidade, para isso basta puxar pela cabeça, literalmente. Desde enchidos de peixe a algumas elaborações com plâncton até ao desenvolvimento e investigação, juntamente com produtores e científicos de várias áreas, como é o caso dos camarões coloridos durante a sua alimentação. Com a voz de fundo (simulando a voz do mar) fazendo perguntas ao Ángel e o próprio respondendo sincronizadamente, parecendo uma verdadeira cena de teatro. A plateia aplaudiu de pé. José Carlos Capel apreciou, dizendo ter sido esta a melhor apresentação de sempre em 14 anos de Madrid Fusion.
| Angel Leon com o chefe do seu resstaurante |
| Camarões que Angel Leon está a desenvolver mudando a cor com a alimentação de vários tipos de plancton |
Royal de Moreia.
Prato: Pele do peixe seca, peixe que pode atingir cerca de 4metros de comprimento.
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Na revolução verde, como lhe chamaram, o primeiro convidado é Simon Rogan (L’encumble) um projecto que segue a tendência nórdica, vaidosa e cuidada como deve ser. Explicou que não se trata de um devaneio fugaz, mas sim de um projecto sólido e bem gerido que, segundo o site (ver), já conta com 14 anos de existência.
| Simon Rogan |
Felizmente este ano tivemos um português presente, Leonardo Pereira.
Miguel Pires fez uma breve apresentação a Leonardo.
Confesso que, sendo eu um português orgulhoso, desiludiu-me o facto de nenhum dos dois ter falado português, optando pelo "portugnol" (?) e pelo inglês.
Considerei compreensível, mas nada justificado. Todavia fez o seu trabalho, apresentou o que gosta de fazer e bem!
Confesso que, sendo eu um português orgulhoso, desiludiu-me o facto de nenhum dos dois ter falado português, optando pelo "portugnol" (?) e pelo inglês.
Considerei compreensível, mas nada justificado. Todavia fez o seu trabalho, apresentou o que gosta de fazer e bem!
| Leonardo Pereira na apresentação |
Massimo Bottura, apaixonado por arte, ensina a viver com arte e, para isso, usa a sua fama em prol dos mais necessitados, abrindo refeitórios sociais e, segundo o próprio, estão a ser planeadas novas aberturas noutros continentes, sendo homenageado este ano com o prémio "Melhor Chefe da Europa".
Merecido moralmente.
| Massimo Bottura recebe o prémio |
| Massimo Bottura |
Jordi Roca, incansável e criativo, apresentou um aparelho que poderá mudar a maneira como vemos as cores e o mundo,com aplicação na restauração: trata-se de um aparelho que se coloca na cabeça de uma pessoa com visão monocromática e este logo de seguida irá identificar qualquer outra cor, que não o preto e o branco, emitindo um som, através do qual o utilizador saberá de que cor se trata, consoante as cores se alteram o som obviamente muda.
| Video da apresentação |
| Neil Harbisson |
| Jordi Roca |
Boa reunião que foi esta…
"O conhecimento abre-te a consciência"
Massimo Bottura, Madrid Fusion 2016 