Chefe Nelson Amorim
É com grande felicidade que vejo velhos colegas de
trabalho, amigos, pessoas que partilham da mesma paixão que eu, transportando,
valorizando a nossa bandeira pelos 4 cantos do mundo!
No texto anterior Mario Esteves (Londres) agora é
a vez de nos “transportarmos” para a àsia.
Nelson Amorim um cozinheiro talentoso, conta nos
um pouco do que é trabalhar num mercado tão exigente e competitivo.
Nelson Amorim |
“Honk Kong e um pais multicultural, com vários
tipos de etnias e seguramente um dos países do mundo com mais restaurantes por
metro quadrado.
O mercado da restauração e hotelaria e extremamente
competitivo.
Hong Kong é um pais organizado, onde a lei se faz
cumprir, independentemente da nacionalidade.
As pessoas cada vez mais gostam de comer bem,
saber a historia da iguaria, de onde vem a matéria prima, como é produzido.
Encontro me a trabalhar no continente asiático á
cerca de 2 anos (Macau e Hong Kong).
Sou chefe de cozinha do restaurante “casa lisboa
portuguese restaurant and bar” á 1 ano e
meio, e como tal já levo alguma experiencia neste mercado.
Muitos turistas que por aqui passam pela 1 vez fazem
me sempre a mesma pergunta,nunca pensei que existissem restaurantes no 8
andar…é verdade, aqui não há restaurantes só no rés do chão, mas sim pelo céu
acima…A casa lisboa esta situada na torre LKF Hotel, assim como muitos outros
restaurantes.
Este restaurante que já esta aberto a cerca de 3
anos, tem a sorte de ser o único restaurante autentico português aberto em Hong
Kong e muito me orgulho de ter um menu 100 por cento português, com iguarias
tradicionais de Portugal, aqui não uso o conceito português com um toque
pessoal como todos outros, mas sim o português actualizado, sem quaisquer alteração
de sabor, excepto o teor de sal e açúcar.
O restaurante tem sido um sucesso durante estes
anos, pois sempre que algum restaurante abre em Hong Kong tem sucesso garantido
nos primeiros 6 meses a 1 ano, porque toda a gente tem curiosidade de experimentar.
Mas nem tudo é mar de rosas, também existem sérias
dificuldades neste canto do mundo, como por exemplo as rendas dos espaços e a mão-de-obra.
As rendas por vezes podem sofrer acréscimos de 300
a 400% de 3 em 3 anos, ou mesmo de ano a ano, o que leva ao encerramento de vários
estabelecimentos porque não conseguem suportar o peso da renda.
E o outro grande problema é sem dúvida alguma, a mão-de-obra.
Infelizmente a pouca existente, além de não ser suficiente para os restaurantes
todos, a maior parte não é qualificada, quero dizer com isto, numa maneira
geral, na europa os cozinheiros querem ser realmente cozinheiros, enquanto que
aqui são cozinheiros porque não têm outra alternativa, o que é uma grande diferença…
Em relação á matéria prima, encontra-se um pouco
de tudo, na minha opinião os produtos locais tais como vegetais, frutas e
carnes, parecem muito bonitos mas a nível de sabor deixam um pouco a desejar.
Os produtos portugueses, podem encontrar se com frequência em Macau, de boa
qualidade.
Na casa lisboa importamos directamente de Portugal
vários produtos, tais como vinhos (80 vinhos portugueses na carta de vinhos)
azeites, fumeiro, bacalhau entre muitos outros, possuímos um armazém
climatizado e inspeccionado, onde podemos criar o nosso stock, daí a
possibilidade de o podermos realizar, de outra maneira seria impossível.
Tem sido uma experiencia muito enriquecedora…”
Até á próxima
Nelson Amorim
Este texto não foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
Bolinhos de bacalhau |
Bacalhau assado |
Maça assada |
Hong Kong |