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A mostrar mensagens com a etiqueta História da alimentação

Os primórdios da alimentação: do Homo Erectus às primeiras colheitas | Tuga Gourmet

Reconstituição 3D de um homem de Neandertal. Fonte: National Geographic Ainda antes de surgir a escrita já por cá se comunicava, caçava e cozinhava.  Neste artigo escrevo sobre a origem da cozinha ou sobre o acto de cozinhar que, como todos sabemos está umbilicalmente ligado à evolução da civilização. Não procurei ordenar o que é por si uma soma de vários acasos.  Milhões de cisnes negros depois aqui estamos nós, a escrever e a ler através de redes mais ou menos inteligentes, mais ou menos artificiais. Períodos em análise: Paleolítico : surgem as primeiras ferramentas em pedra. Usa-se fogo. As comunidades são nómadas e deslocam-se de local em local conforme as estações do ano, em função da diversidade e qualidade dos alimentos.  Neolítico: a caça deixa de ser principal fonte de subsistência e surge a agricultura e a domesticação dos animais. Surgem as primeiras aldeias ou comunidades estabelecidas em determinado perímetro geográfico.  Os dentes e a alimentação Ao lo...

A alimentação em Portugal no séc. XVI: Produtos, práticas e sabores quinhentistas | Tuga Gourmet

  Tempo de leitura: 16 min Estamos a atravessar um século de grandes convulsões, mas também de grandes conquistas. Estamos a partir para a conquista do novo mundo. Vamos conquistar Goa, Malaca, Brasil, entre outros. Irá existir uma crise de sucessão com a morte de D. Sebastião. Vamos perder a independência por algumas décadas. Continuaremos a viver num país onde o conhecimento, a cultura e o dinheiro estará na posse de uma minoria. Só para termos uma ideia, em 1878, quase 80% dos portugueses maiores de 6 anos não sabiam ler, imagine-se 378 anos antes! (RUI RAMOS,1988) . A alimentação e as suas tradições são um legado de milhares de anos. É um organismo vivo, em constante mutação.  Os vestígios deste tempo, na alimentação, não são tão tangíveis como em outras artes, que nos deixaram um legado vasto e palpável como pinturas, objetos ou monumentos. Apoioar-me-ei, portanto, em escritos produzidos pelas elites de então.  Este texto é uma análise genérica sobre os produtos, háb...

A refeição nas comunidades monásticas: os hábitos alimentares dos religiosos do século XVII | Tuga Gourmet

     É um tema relativamente bem estudado, mas com muitos atalhos e caminhos interrompidos. Nesta viagem aos anos de 1600 até 1699 procuro perguntas e respostas sobre os hábitos alimentares das comunidades monásticas europeias, com enfoque particular nas portuguesas. É uma escavação que tem tanto de atraente como de complexa.      As comunidades monásticas viviam para orar e trabalhar. Qualquer mosteiro que pertencesse a esta ordem seria obrigado a seguir um conjunto de diretrizes descritas na constituição da regra de São Bento. Escrita no séc.VI e profusamente seguida e aplicada nas comunidades monásticas europeias, principalmente pós séc. X, tornou-se a maior ordem monástica do mundo.      O clero, não obstante, o conforto que já gozava para a época, possuíam uma importante função/missão social como, por exemplo, alimentar os pobres e doentes. Está bem explícito na constituição o dispenseiro terá cuidado de preparar cada dia panella de cald...

COZINHAS COM HISTÓRIA - PAÇO DUCAL DE VILA VIÇOSA

-Esta é a cozinha de um dos edifícios mais importantes da História de Portugal. -A dieta quinhentista. -Os rituais da refeição do Rei. Estes são alguns dos temas tratados neste publicação. Tempo estimado de leitura: 8 min  O Paço Ducal começou a ser construído no ano de 1501 pelo quarto Duque de Bragança. Desde então foi sofrendo variadas obras de remodelação.  No séc.XVII, com a ascensão da Casa de Bragança ao trono, em 1640, este Paço torna-se residência permanente da família Real.  A partir do ano de 1910, com a implementação da República, o Paço é encerrado, reabrindo por vontade expressa de D.Manuel II ao público, 30 anos depois. No séc. XVII saiu desta cozinha, por exemplo, o banquete de casamento  de D.João IV com D.Luísa de Gusmão, que António de Oliveira de Cadornega nos descreve na sua obra "Descrição de Vila Viçosa". A dieta "Nobre" era composta essencialmente por carne , muita carne, pouco peixe e poucos legumes. Em 1524, n...

A DOÇARIA CONVENTUAL DO SÉC.XV AO SÉC.XIX

- O que é a doçaria conventual e a popular? - Qual a importância do açúcar.  -A galinha ou o sangue animal como sobremesa?  -O doce como estatuto.  -Os hábitos das comunidades religiosas em Portugal. Estes são alguns dos temas abordados No fim está um vídeo que explica de uma forma geral as rotinas dentro destas comunidades. Castanhas de Ovos Fonte: espigadourada Segundo Virgílio Nogueiro Gomes , uma das personalidades que muito admiro e que se dedica, entre muitas outras coisas, ao estudo da história da alimentação, esclarece que não devemos confundir a doçaria conventual da popular: A popular é a doçaria pobre, confecionada em ambiente doméstico. Emprega maior quantidade de farinha e o único requinte passa pela utilização da canela. Caracteriza-se principalmente pela simplicidade. A conventual tem origem nos conventos e mosteiros, de um receituário novo e mais rico. Esta usa muito açúcar, muitos ovos, pouca farinha e mu...

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